Ectrópio palpebral corresponde à eversão da pálpebra inferior, podendo ser de causa congênita ou adquirida, sendo as formas congênitas raras.
Dentre as formas adquiridas, pode-se ter o tipo involucional (também conhecido como ectrópio senil, relacionado a alterações do envelhecimento), o cicatricial (decorrente de alterações cicatriciais da pele palpebral, muitas vezes induzidas pela radiação solar em portadores de pele clara), o mecânico (que ocorre por lesão que traciona mecanicamente a pálpebra para baixo), o paralítico (decorrente de paralisia inervacional da pálpebra) e o inflamatório (que ocorre por processos inflamatórios da margem palpebral). Dentre estas formas clínicas, a mais frequente é a involucional.
O envelhecimento resulta de inúmeros danos metabólicos e ambientais que acontecem ao longo de anos, causando vários distúrbios nos olhos da população idosa, podendo o ectrópio estar presente, em associação com outras afecções.
Entretanto, a idade não é fator isolado para o desenvolvimento do ectrópio, já que ele não ocorre em toda a população de idosos. Outras alterações são necessárias para produzir a eversão palpebral, alguns relacionados com fatores do próprio indivíduo e outros relacionados com o meio ambiente. Assim, outros importantes fatores para o desenvolvimento dessa afecção seriam: exposição à radiação solar, doenças palpebrais, cirurgias prévias, doenças neuromusculares e cerebrovasculares.
O posicionamento incorreto das pálpebras no portador de ectrópio pode resultar em lagoftalmo, alterações corneanas pela oclusão incompleta das pálpebras, desordens da drenagem lacrimal, blefarite e déficit cosmético.