A blefaroplastia, tanto superior quanto a inferior, é uma cirurgia realizada para o tratamento da dermatocálase e/ou das bolsas de gordura palpebral, com o intuito de melhorar a aparência da região periocular do paciente, devolvendo um aspecto mais “jovem” a pessoa.
A dermatocálase (dermato = pele, calase = frouxidão, flacidez) é o nome técnico dado ao excesso de pele nas pálpebras que ocorre nas pessoas com o avançar da idade.
O ácido hialurônico existe naturalmente em todos os organismos vivos sendo uma das raras substâncias idênticas tanto no organismo humano quanto no animal, isto é: sua estrutura química é uniforme por toda a natureza. Não exibe portanto, especificidade de espécie ou tecidual. Está presente em maiores concentrações no tecido conjuntivo de todo o corpo, mas também no líquido sinovial e nos olhos. 56% dele encontram-se na pele – derme e epiderme, onde forma a matriz fluida e elastoviscosa, na qual fibras colágenas e elásticas estão embebidas.
A quantidade de ácido hialurônico na pele diminui com o envelhecimento, resultando em uma hidratação dérmica reduzida e no aumento do enrugamento. Graças ãs suas propriedades físico químicas, trata-se do preenchedor cutâneo mais próximo do ideal e nas últimas 2 décadas o uso estético do produto teve grande aumento, no Brasil e no mundo.
Todos os ácidos hialurônicos comercializados no Brasil são de origem não-animal, sendo produzidos a partir da fermentação bacteriana não patogênica (Streptococos).
O ácido hialurônico foi desenvolvido como um preenchedor dérmico em 1989, quando Endre Balazs observou sua biocompatibilidade e ausência de imunogenicidade. Entretanto o processo de degradação do produto era extremamente rápido graças às enzimas existentes na pele. A meia-vida do ácido hialurônico não estabilizado era cerca de 24h no tecido cutâneo. Portanto, independentemente de sua origem (animal ou bacteriana), o produto deve ser estabilizado através de um processo de cross-linking com o objetivo de produzir formas adequadas para utilizá-lo como um preenchedor cutâneo.
A “estabilização” foi conseguida por uma tecnologia molecular que permite a manutenção de crosslinks naturais, ou seja, o entrelaçamento natural da molécula. Os dois tipos de “ligações cruzadas” (cross links/ reticulação = moléculas “em rede”) conseguidos – o natural e o sintético, criam um gel estável, ou seja, que não se degrada rapidamente. Outra importante característica é a presença do BDDE. Quanto menor, menor também é a imunogenicidade do produto.
Sabe-se que sem o processo de estabilização da molécula, o ácido hialurônico ficaria no tecido orgânico por horas ou dias apenas. Por outro lado, modificações na estrutura da molécula em excesso afeta negativamente suas propriedades e diminui sua biocompatibilidade.
O fato de ser não animal confere maior grau de pureza e menor risco de reações alérgicas e transmissão de substâncias infecciosas.
A estabilização da molécula mantém suas características físico-químicas e possibilita também uma integração natural no organismo, de modo que hormônios e outras substâncias consigam passar normalmente através do gel. Além disso a degradação do produto é isovolêmica, ou seja, à medida em que vai sendo degradado, moléculas de água mantém o volume do produto, o que prolonga o efeito preenchedor.
Outra explicação para a manutenção do efeito preenchedor em longo prazo é o padrão de crosslink conseguido, que faz com que um novo colágeno seja produzido pela indução da neocolagênese.